EQUILÍBRIO

Equilíbrio emocional = Equilíbrio de peso
O cortisol, por exemplo, que é nosso poupador de açúcar, abaixo do normal, influencia os níveis de serotonina que, se estiver em desequilíbrio, provoca aumento de apetite. E há vários outros...

Como saber se o paciente é carente de serotonina?
Os carentes de serotonina geralmente são pessoas depressivas que apresentam sintomas de angústia exacerbados no período da tarde, quando o desejo de ingerir doces e carboidratos aumenta. Para elas, as drogas indicadas são as que elevam os níveis dessa substância.
Como é possível detectar a deficiência de dopamina?
Pessoas com baixa taxa de dopamina em geral são ansiosas e hiperativas; têm comprometimento de atenção, esquecem objetos e tendem a comer compulsivamente. Quase sempre elegem algum tipo específico de alimento, como bolachas e chocolates. Para elas, as drogas mais indicadas são as que auxiliam a liberação da dopamina.
É possível controlar a compulsão alimentar causada por estresse prolongado? 
Nesses casos, costumo sugerir alguns truques que têm um bom efeito. Entre eles, evitar o isolamento social e desenvolver mecanismos para compensar frustrações. Um hobby, esportes e atividades artísticas são indicados e ajudam na manutenção de uma visão otimista da vida.
Qual a solução apresentada para estes casos? Primeiro se domina o estresse e depois se inicia a dieta? Ou pode-se fazer isto paralelamente?
O ideal é combater o estresse e iniciar a dieta de forma conjugada. Uma vez detectado se o paciente come compulsivamente devido à diminuição da quantidade de serotonina, o indicado é que ele seja medicado com drogas que promovem o aumento desse índice. Quando a compulsão alimentar é devida à carência de dopamina, ela se caracteriza pela busca de prazer e são necessárias, para esses pacientes, drogas que aumentem a liberação de dopamina.
Como atuam estes neurotransmissores?
Para melhor entender esse processo, vale dizer que a serotonina atua como uma espécie de filtro das sensações que chegam ao nosso consciente e age como marcadora da sensação de fome. Tanto a serotonina quanto a dopamina são neutransmissores . A dopamina é o neurotransmissor responsável pela sensação de prazer. Melhor explicando: uma vez medicado corretamente, o paciente que está obeso por comer compulsivamente e/ou adotar uma dieta desbalanceada (seja por falta de serotonina ou de dopamina) poderá desenvolver uma nova postura em relação à comida e conseguir perder peso.
Como diminuir o estresse e o peso para ser mais feliz e, conseqüentemente, otimista... 
1. Reserve – religiosamente – um momento do dia no qual você se dedique a algo que lhe dê prazer: ouvir uma música, presentear-se com um banho caprichado, com espuma ou óleos, fazer uma massagem;
2. Invista na auto-estima, seja através da meditação ou de leituras agradáveis e também revigorantes;
3. Escolha uma modalidade esportiva compatível com a sua personalidade: se você é do tipo competitivo, o tênis pode ser uma boa opção; se você prefere vivenciar a união do grupo, o vôlei seria uma boa indicação, e assim por diante. Os que preferem destinar o tempo da atividade física para pensar podem preferir as caminhadas, etc.
4. Experimente algo novo, explorando aspectos adormecidos da sua personalidade. Você já tentou cantar, pintar ou tocar algum instrumento musical? Talvez seus talentos possam até surpreendê-lo.
5. Organize-se. Isso inclui abastecer a geladeira de itens adequados à sua dieta para não ter que pedir uma pizza e engoli-la quase inteira por falta de uma opção mais magra na hora que a fome bate com aquela força.
6. Peça ajuda. Ela pode vir através de profissionais da área da saúde, dos amigos, da família. Ao contrário do que pode parecer, essa colaboração é de vital importância quando se trata de superar obstáculos, grandes e pequenos, e o próprio estresse. Ou, em última instância, a obesidade.
Dr. Sergio Klepacz , médico psiquiatra, é diretor responsável pela clínica Total Balance (www.totalbalance.com.br) em São Paulo.