Virando uma Ocuili!

Me inspire na história pessoal de Ana Cristina Aloia Ronconi, educadora, que foi morar no México e vivenciou uma revolução pessoal. Ela conta que seu marido recebeu uma proposta para trabalhar no México e eles se mudaram para uma cidadezinha chamada San Pedro Garza Garcia. Além de seus pertences, Ana Cristina acabou levando para lá uma mala cheia de tristezas por ter que deixar a escola de educação infantil onde trabalhava, e ainda partir sua família ao meio. Estando lá, aprendeu que a diversidade e a adversidade são motores da mudança pessoal. De repente passou a ver com curiosidade e fascínio situações antes ameaçadoras. Das pessoas com quem trabalhou e conviveu aprendeu a ser ousada, generosa, as amigas do Brasil e de lá mostraram à Ana Cristina o verdadeiro sentido da palavra amizade. Aprendeu com os pais a ter paciência, com filho a ver o mundo com olhos de criança, com o marido a ser realista, com a empregada índia a ser humilde e sábia e com os amigos mexicanos a reinventar a vida.
 Hoje Ana Cristina diz com orgulho ser um ocuili - palavra indígena que quer dizer cobra, animal sagrado para os povos pré-hispânicos. A cobra tem a capacidade e a sabedoria de abandonar sua pele antiga, para dar lugar a um novo invólucro e inaugurar um novo ciclo. Sem falar que ela não se intimida diante das limitações. Não tem braços, nem pernas, mas respeitando o seu tempo, atinge seu alvo, na surdina.
 E então meninas? Não precisamos ir ao México para aprender essas coisas, temos nossas famílias e amigos! Vamos virar ocuilis? Vamos trocar de pele e inaugurar um novo ciclo em nossas vidas? Que tal cada uma de nós se reinventar e ter uma vida mais plena e equilibrada?